Quem nunca deixou para amanhã o que poderia fazer hoje? A procrastinação, esse hábito tão comum, pode ser um verdadeiro desafio para muitos de nós, tanto em nossas vidas pessoais quanto profissionais. Mas o que realmente está por trás desse comportamento e como podemos lidar com ele de forma mais eficaz?
A procrastinação é como aquela velha amiga que sempre aparece nos momentos mais inoportunos, nos fazendo adiar tarefas importantes em favor de atividades menos relevantes ou mesmo da simples inércia. Mas o que nos leva a agir assim, sabendo das consequências que podem surgir?
Nosso medo do fracasso, a busca incessante pela perfeição, falta de autocontrole e o vício em dopamina podem ser algumas das razões pelas quais nos encontramos constantemente adiando nossas responsabilidades. Em um mundo onde somos bombardeados por estímulos e distrações, é fácil perder o foco e cair na armadilha da procrastinação. Além disso, o ambiente em que vivemos, pressões sociais, expectativas familiares e culturais também podem influenciar nossos padrões de procrastinação.
A armadilha das recompensas instantâneas: dopamina versus produtividade
Você planejou dedicar o dia de hoje para finalmente começar a escrever aquele projeto de pesquisa que vem adiando há semanas. Tudo parece perfeito: você reservou o dia inteiro na sua agenda, não tem compromissos agendados, e está em casa, longe de distrações externas.
Você se senta em frente ao computador, pronto para começar. Mas, de repente, uma sensação de desânimo toma conta de você só de pensar na quantidade de trabalho que ainda precisa ser feito. A mente começa a vagar, e antes que perceba, está navegando nas redes sociais, respondendo mensagens no celular e até organizando a gaveta da escrivaninha.
Horas se passam e você se vê realizando várias tarefas que não estavam no plano inicial. “Pelo menos consegui limpar a gaveta e responder aquelas mensagens pendentes”, você pensa consigo mesmo, sentindo uma leve sensação de realização.
Esse comportamento pode ser explicado pelo desejo do cérebro humano por recompensas instantâneas, como a dopamina, o neurotransmissor do prazer. Tarefas mais complexas e demoradas tendem a produzir menos dopamina, enquanto atividades mais simples e prazerosas oferecem uma gratificação mais rápida.
Assim, é comum adiar tarefas importantes em favor de atividades mais simples e gratificantes, mesmo que isso signifique evitar o trabalho árduo necessário para alcançar objetivos de longo prazo.
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Consequências da procrastinação
As consequências de nossos hábitos procrastinadores podem ser mais profundas do que imaginamos. O estresse, a ansiedade e a culpa podem se tornar companheiros frequentes quando deixamos as coisas para a última hora. Além disso, a procrastinação pode resultar em trabalhos de baixa qualidade, prazos perdidos e oportunidades desperdiçadas. Não apenas isso, mas também pode afetar nossos relacionamentos pessoais e profissionais, criando tensão e frustração em ambas as esferas.
Mas nem tudo está perdido. Existem várias estratégias que podemos adotar para combater a procrastinação e recuperar nossa produtividade. Desde a técnica Pomodoro até a definição de metas alcançáveis e a eliminação de distrações, há muitas maneiras de retomar o controle de nossas vidas e nossos prazos. Além disso, praticar o autocuidado e o gerenciamento do estresse pode nos ajudar a lidar com as emoções subjacentes que contribuem para a procrastinação.
Estratégias para superar a procrastinação:
1. Técnica Pomodoro: Divida o trabalho em intervalos de tempo curtos (geralmente 25 minutos) chamados de “pomodoros”, seguidos por breves pausas. Exemplo: Dedique-se à sua tarefa por 25 minutos sem interrupções e, em seguida, faça uma pausa de 5 minutos para descansar antes de retomar.
2. Definição de Metas SMART: Estabeleça metas específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporizadas. Exemplo: Em vez de definir uma meta vaga como “estudar mais”, defina uma meta SMART como “estudar durante 1 hora todos os dias pela manhã”.
3. Eliminação de Distrações: Identifique e elimine as distrações que o impedem de focar em suas tarefas. Exemplo: Desligue as notificações do celular ou utilize aplicativos de bloqueio de distrações durante os períodos de trabalho concentrado.
4. Lista de Tarefas Prioritárias: Faça uma lista de tarefas ordenadas por prioridade e comece pelas mais importantes. Exemplo: Liste suas tarefas do dia e classifique-as de acordo com sua urgência e importância, priorizando aquelas que têm prazos próximos ou maior impacto.
5. Recompensas e Consequências: Estabeleça recompensas para si mesmo ao concluir as tarefas e consequências caso procrastine. Exemplo: Prometa-se uma pausa para tomar um café ou assistir a um episódio da sua série favorita após completar uma parte importante do trabalho. Por outro lado, defina consequências, como não ter acesso às redes sociais, se procrastinar.
6. Visualização de Objetivos: Visualize seus objetivos e os benefícios de concluir suas tarefas para manter-se motivado. Exemplo: Crie um quadro de visão ou uma lista de objetivos que você possa ver todos os dias para lembrar-se do que está trabalhando e por que é importante.